terça-feira, 1 de outubro de 2013

Moribundo

"Aqui jaz... Eu moribundo, entrevado nessa cama de braços dado com a doença, Pensando na morte, aquela senhora vestida de preto viúvo com uma rosa vermelha chorando... Os outros moribundos querendo eles sofre, digo lhe sofrer... Ah tanto faz a vida como a morte!
Somos todos moribundos sofrendo, lamentando pelas mesmas coisas, amamos as mesmas coisas e vivemos moribundos, pois somos moribundos!" 

terça-feira, 25 de junho de 2013

Ato I - A morte de Julieta

 “Corvos sobre voam em volta do meu podre coração...”
                                              Julieta, a morta...

 Ato I – A morte de Julieta.

O veneno percorre por minhas veias, e eu só consigo enxergar meu belo Romeu.
Eu sinto a dor pelo que acabei de fazer,
mas foi pelo amor que sinto, e se não posso tê-lo não mereço essa vida.
Mas algo no rosto de Romeu não me agrada
-Romeu, é sua vez de beber! Venha se juntar a mim no paraíso. Viveremos juntos por toda a eternidade.
- Não posso Julieta! Desculpe mas eu não posso...
Meu coração pulsa, eu sinto que estou nos meus últimos suspiros. O veneno caminha por todo meu corpo e só sinto a dor.
O ódio me tornou irracional, eu estou morrendo por alguém que não me amou? Lágrimas percorrem o meu rosto, eu quero viver, não quero sentir essa dor,
Não quero sentir esse amor.

-“Por que meu Romeu fez isso?”
Essas foram minhas ultimas palavras antes de cair no abismo... 
O qual ele jogou-me...

                                                                                             Julieta, a morta

quinta-feira, 23 de maio de 2013

A dança de fogo e gelo – Sif e Aziz

A dança de fogo e gelo – Sif e Aziz

Todos já haviam se retirado da praia, menos Erik. Sentado sobre uma dimmu borgir , ele tentava debalde conter as lágrimas pensando na sua amada Sif.

“Ah! Sif. Por que tu tinhas de deixar-me aqui a esperar pelo dia em que uma espada, fainalmente atravesse meu peito p’ra me levar até tu? Deuses! Odin, grande Odin! Por quê?”

O vento soprou mais forte. As ruivas madeichas do guerreiro se agitaram. Tudo ficou tão gélido quanto uma nevasca em pleno inverno e então uma voz soou atrás do rapaz.
“Se queres saber, meu jovem, tua amada não se encontra nem nos meus domínios nem nos de Odin.”
“Quem está aí?” perguntou Erik se levantando brucamente e olhaando ao redor.
“Ora. Houve um tempo em que os mortais se curvavam diante de nós deuses.” Falou novamente a voz, desta vez se revelando. A visão fez com que Erik emudecesse. Tratava-se de Hella, deusa dos mortos. A deusa possuia metade de seu corpo como se fosse uma bela mulher de cabelos negros e faces rosadas e, a outra metade era de um terrível cadáver em decomposição.
“Primeiro te levantaste contra mim e agora te fazes de surdo às minhas palavras?” continuou Hella.
“N… nã… não. Digo… não temo tua presença e tampouco proferi ou fiz algo para vos ofender deusa Hella.” Disse o bravo guerreiro tentando manter-se calmo diante da terrível divindade. “Tu, grande deusa dos mortos, disseste que minha amada Sif não se encontra nem no mundo dos mortos nem entre os grandes deuses. Como é possível? Ela queimou viva junto ao corpo do pai…”
“Cale-se! Duvidas de mim?”
“Não, deusa Hella… eu só…”
“Tu… tu… tu só o quê? Esqueça-te de ti, vim, pois o dito pai de tua amada não conseguiu entrar em Valhäll e tampouco pode ir para meus dominios.”

Erik estava confuso. Se Sif não estava em Valhäll nem Nifelheim… “ela está viva!”
Gritou ele de felicidade. “não importa onde tu estás minha amada, hei de te encontrar em qualquer um dos Nove Mundos.”
“Que romântico. Mas uma alma deve servir de oferenda a mim, por me causar tanto transtorno, e eu quero a tua!” disse Hella pondo-se a frente de Erik.
Este num rompante desembainhou a espada e apontou para a deusa dizendo “não me importa se tu és deusa dos mortos e se és imortal, sei apenas que se eu tiver de lutar contigo ou qualquer outro ser para reencontrar a Sif, eu lutarei!”

“Guarde tua espada bravo guerreiro. Hella faria com que tu sentisses o gosto do aço dela. Mas isso, seria uma pena e eu não posso permitir.”
“Njord!” exclamou Hella “volte para as profundesas do mar seu covarde!”

Njord era o deus do mar e da pesca. Uma bela figura. Jovem, alto, cabelo loiro escuro e olhos tão azuis quanto o mar onde habitava.
“como disse… não deixarei que toques no rapaz, não enquanto ele estiver próximo aos meus dominios suaa bruxa. Agora volte para as nevoas d’onde jamais deveria ter saído abominação.”
“Pois muito bem” respondeu a deusa semi decomposta ao senhor dos mares do Norte. “por hora deixarei o rapaz em paz, mas somente por hora. Pagarás caro por ter-me feito descer de meu trono em Nifelheim e vir até Midgard.”
Ao termino disso, a deusa desapareceu envolta por um manto de nevoa.

“Bem meu rapaz, tu arranjaste uma inimiga e tanto.” Disse Njord com um leve sorriso a Erik. 
“E tu ganhaste um fiel seguidor bom deus dos mares. Tenho-lhe uma dívida e jamais me esquecerei disso.” Respondeu-lhe Erik.
“Ora, saberá pagar-me no momento certo, sei disso. Além do mais, fazia tempos que queriaa enxotar a Hella maneira…” ele fez uma pausa, logo continuando “Ouvi teu lamento, e apesar de não ter rogado a mim unicamente, sei o que é estar distante daquela que amamos. A tua Sif foi raptada por um barco bárbaro. Decidi não interferir, mas, agora sabendo de toda a hsitória, penso que posso lhe ajudar nobre guerreiro.”

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ato II O Lamento de Romeu



" O pássaro que tentava aprisionar, se machucou e se libertou."  

                                                                   Romeu, o assassino.


"A culpa perfurando meu coração, lembranças que não vão embora.
Sofrendo com a cruz que carrego,vejo uma vida sem sentido
As cores que via ao nascer do sol se foram assim
 como o vermelho ruivo do seu cabelo, seus olhos verdes e seu sorriso amarelo.

Tudo minha culpa, um erro fatal que cometi naquela noite.
O ciumes me invadindo fiquei cego por você...
Por você matei ela, para sermos livres?
Mais como posso ser livre com essa culpa?
E se por um lado a culpa não for minha ?
E esse sofrimento vai ter um fim ?

Se pode-se conta-la os motivos em vez de ficar aqui no seu tumulo 
remoam do minha culpa aumentando meu sofrimento..."
                                                                        
                                                                   Romeu, o assassino!

terça-feira, 26 de março de 2013

Obrigado!


Entre luz do Sol, pela janela do meu quarto
Para iluminar, e esquentar minha vida
Depois dessa madrugada escura e fria

Obrigado travesseiro, 
Por ser meu ombro amigo
Desculpa por ter te molhado com minhas lágrimas
Não foi minha intenção

Obrigado cobertor,
Por ter me protegido do frio,
E me encasulado em meu mundo,
Me dando condições para completar minha metarmorfose

domingo, 24 de março de 2013

Os poemas jamais lidos… - Capitulo 1

Os poemas jamais lidos… - Capitulo 1

“Rodolfo… meu bem… está escrevendo aquelas bobagens de novo?” Indagou sua mãe entrando em seu quarto com olhar um tanto preocupado.
“Não são besteiras mãe. É poesia…” Respondeu Rodolfo olhando para a mãe e tornando a baixar a cabeça como que tentando esconder o que escrevia. Sua mãe o olhou balançando a cabeça e se aproximou dele dizendo “ora meu filho, veja como o dia está lindo lá fora. Não quer sair como qualquer pessoa normal faz?”
“Não!... digo… talvez. Não tenho com quem sair mãe…” Respondeu-lhe um tanto incomodado.
Sua mãe o observou por um tempo com olhar amargurado, mexeu em seus cabelos e saiu do quarto dizendo “está bem, e agora não se demore muito aí, o almoço logo sai.”

Rodolfo olhou para trás como que para verificar se a mãe já havia realmente saído – Ele bem sabia que sua mãe, dona Mariana por vezes, costumava ficar silenciosamente na entrada de seu quarto para espiar o que ele fazia. – como teve certeza que ela já havia ido, voltou o olhar para seus escritos, seu olhar melancólico tornou-se sério por um momento depois convertendo-se num olhar terno. “como pode ser bobagem algo que vem do fundo da nossa alma?” refletiu consigo mesmo o garoto.
Na escrivaninha bastante velha onde se debruçava para se dedicar a leitura e seus escritos, havia uma amalgama de papéis, livros e canetas. Uma verdadeira orgia literária em escala diminuta. Na página de seu caderninho revisava os versos que acabara de escrever:

“Eram como mil pirilampos, cintilando no negrume da noite
as estrelas que sorriam da abóboda da eternidade;
sob o perfume de mil flores, lá no jardim dos amores
deitado nas verdes ramas, eu contemplava o céu, a imensidade!”

terça-feira, 19 de março de 2013

Pérolas aos Porcos


"Amo você, mas não quero te ver
Quero deixar de te amar,
Mas ao mesmo tempo quero amar você
Você é uma droga experimentada
Que eu não quero largar

Me faz mal.
Me faz bem? Não sei
Racional cauteloso em deficiência,
Emocional irracional por excelência

Idiota por se preocupar em cuidar
De quem não dá a mínima pra você
Otário em falar com quem tem vergonha
De assumir que sente algo por você

E será que ele sente? Acho que não
Tem vezes que a realidade é chata
Fingir um pouco dela é bom pra alimentar nosso ego"

quarta-feira, 13 de março de 2013


‎"Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! O seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo."

(Álvares de Azevedo)

A Rainha do Gelo


A Rainha do Gelo (ou A Dama Encantada da Turingia) – de os contos fantásticos
-Francisco de Paula-

Prólogo


“Ludmila, Ludmila! Onde você está?” gritava uma menininha muito branca pobremente vestida. Era uma manhã fria na Turingia, no auge do inverno alemão ela morreria caso não procurasse logo abrigo. Estava assustada. Havia se perdido de sua irmã mais velha quando esta pediu que esperasse junto uma velha ponte construída pelos romanos há séculos. As horas passaram e ela não voltou. Então a pequena Anne resolveu sair à procura da irmã, mas em meio a neve não conseguiu achar o caminho de volta.

“está frio... seria tão bom estar em casa junto à lareira brincando com a Francizsca.”
Distraída a menina sequer notou que andava sobre um lago congelado. Não notou também que onde pisava o gelo estava frágil, tão frágil que se quebrou fazendo a pequena cair nas águas gélidas.
“Socorro! Socorro!” gritava ela em vão. Ninguém ouviria ou viria salvá-la. A morte parecia certa quando algo estranho aconteceu. O vento começou a carregar os flocos de neve de uma forma diferente. Parecia dançar em torno do lugar onde Anne havia caído.

Capitulo 1


Turingia, junho de 1699.

Entre as sombras da noite uma fila de luzes seguia floresta adentro. Eram tochas. Vozes rompiam o silêncio. Pareciam inquietas... Furiosas.
“Achem a bruxa! Queimem-na!” esse era o brado da multidão de camponeses que caçavam a bruxa, como lobos sedentos por sangue. Após certo tempo caminhando por entre as trevas da floresta negra, aqueles homens, mulheres, pais, mães, irmãos etc, chegaram a um lago que ficava no meio de uma clareira iluminada pela luz da lua cheia. E la estava ela, a “bruxa” sentada num barquinho no meio do lago.
Todos ficaram estupefatos, catatônicos, silenciosos atrás dos arbustos. Dentro do barco, vestida de branco, não se parecia em nada com o que imaginavam que fosse. Sequer era velha ou feia. Não, feia não era mesmo. Sua longa cabeleira negra contrastava com a pele tão alva quanto a lua naquela noite de verão. Silueta esguia e jovial. Cantava numa lingua há muito esquecida por aquele povo. A voz era doce qual as falas dos anjos. Os gestos graciosos como as flores que trazia nos cabelos. Parecia mais uma fada!
“tem certeza que essa é mesmo a bruxa?” indagou Albert ao pai que era quem liderava aqueles ‘caçadores de bruxas’.
“ora Albert, quem mais estaria sozinha a essa hora no meio da floresta negra? Veja como ela canta para o demônio. Maldita!”
Passados alguns instantes ele gritou “adiante! Vamos dar a essa filha de Satã o que ela merece!”
E todos se lançaram para capturar a jovem feiticeira. Esta percebendo que estava cercada não tentou fugir.
“viemos por fim as suas maldades... não vais mais levar nenhuma das nossas crianças.” Falou Ludwig, pai de Albert.
Ela pareceu confusa por um instante. Seus olhos azuis buscavam uma resposta para aquilo. Mirou nas tochas acesas que todos empunhavam depois nos semblantes que a encaravam.
“pensam que acaso seja eu uma bruxa?!” indagou ela continuando. “crianças?! Não sei do que vocês falam. Vivo sozinha na floresta...” Ela pareceu querer falar algo mais, porém hesitou. Parecia muito assustada.
“mentirosa! Vejam como ela mente, peguem-na... vamos queimá-la!”
O cerco ia se fechando. Os aldeões cercavam-na, ela aturdida olhava para todos os lados. Parecia não saber realmente o que fazer. Os camponeses sabendo que o lago não era profundo começaram a entrar n’água, quando tudo parecia perdido para a “bruxa”, esta se jogou do barco nas águas escuras do lago que no mesmo instante começou a congelar a partir do ponto onde ela mergulhou.

Soneto da Morte


Soneto da Morte
de Álvares de Azevedo

Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!

Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!… já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece…
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!

O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.

Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Aos poemas inacabados!


Aos poemas inacabados!

Aquele poema não terminado deixa a solidão do desesperado fim. . .
Os poemas inacabados choram, lamentam, se desesperam por um fim. . .
Só os poemas acabados sabem a tristeza que um fim traz. . .

O fim nada mais é que a tristeza para alguns e a alegria para outros. . .

Os meus poemas não tem fim, pois quero o gosto do quero mais neles
Pra quem sabe um dia perto do meu fim escrevê-los. . .
Ao poema inacabado deixo minhas sinceras desculpas
Se eu não termina-lo antes do meu fim. . .

Pois muitos poemas eu escrevi, muitos poemas eu esqueci se tinham um fim. . .
Então poema inacabado, não se sinta só. . .
Existem outros por ai. . .

Fim... 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O poeta e a musa de alabastro


O poeta e a musa de alabastro

Era num cemitério. As nênias passavam bailando por entre os túmulos onde dormiam frios e poeirentos esqueletos. Tudo era silêncio e morte. O perfume das flores colocadas sobre as sepulturas se misturava ao piedoso odor da decomposição dos cadáveres nos mausoléus, e as sombras da noite tornavam toda a atmosfera tão envolvente quanto aterradora. Que mortal ali não se sentiria, num primeiro momento, assustadoramente arrebatado, enlaçado pelo eco das vozes da morte, para depois cair em pranto e desespero e por fim, desejar escapar de todo esse lúgubre cenário?
Ia já alta a noite quando uma figura passou por entre os túmulos que mais pareciam monumentos e palácios. Seria uma alma perdida que penava pela noite?! Não... era um rapaz. A pele amorenada, as vestes escuras, os cabelos cacheados graciosamente emaranhados. Trazia um lírio numa das mãos... Por alguns minutos pareceu andar perdido. Todas aquelas trevas... olhava ao redor, a expressão um tanto confusa. Após um curto instante de caminhada, parou. Abriu-se um sorriso em seus lábios e os olhos fizeram-se reluzentes como os pirilampos que cercavam o imenso sepulcro que o jovem fitava. A cena era deveras mágica! A estátua de mármore representando uma jovem de longos cabelos caídos sobre os ombros, com os olhos fixos num livro aberto em suas mãos, ali, iluminada pelo brilho dos vaga-lumes contrastava com todas as demais figuras de frio alabastro que cercavam-na. Parecia viva! Concentrada em sua leitura, sem nada para perturbar-lhe ali entre as nênias que cobriam os túmulos.
O rapaz parecia extasiado diante da lívida escultura. Se dirigiu suavemente para ela, e quase que ritualmente colocou o lírio junto dos pés da estátua. "Tão bela!" Exclamou quase sussurrando, com os olhos fitandos o delicado semblante de alabastro. Alguns instantes se seguiram até que ele parecendo despertar de um transe, voltou a falar docemente para a estátua.
"Oh marmórea musa, quão bela tu és! Lembro-me da primeira vez que a vi; era no enterro da triste prima Arbella, qaundo seguia eu o prestito fúnebre por entre estes velhos e enegrecidos túmulos que nos cercam. Estanquei ao ver-te. Assim, impassível as dores deste mundo, compenetrada em sua eterna leitura, indiferente a transitoriedade das vidas mortais. A paixão tomou-me por completo. E desde então, não posso eu mais continuar a viver sem vir até aqui, apenas para contemplar-te!"
A imagem do rapaz ajoelhado diante da fria estátua parecia uma cena do teatro barroco. Algo tão incomum quanto belo. As horas iam passando e o rapaz adormeceu. Certo tempo depois acordou sentindo um toque suave no ombro, e uma voz melodiosa a lhe dizer "Despertai meu poeta" O jovem acordou como que confuso. Olhou para o túmulo monumental e assustado, quase catatônico, balbuceou "Mas como? Onde ela está?" Olha ao entorno, e viu a musa de alabastro sorrir-lhe "Aqui estou, caro poeta."
Estava viva! (Continua...)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O Amor!


‎"Oh! 
O amor, entristece os corações alheios e ao léu... 
Sofri aqueles que mais ama ou aquele que nada senti ?!
Sabemos que para amar precisa de amor, carinho e liberdade!
Coisas que hoje em dia são jogadas foras e não são vistas ao olho "humano".
Se que somos seres humanos mortais seres racionais como afirmam os cientistas ?!
O amor é racional por sermos racionais ?!
Ou amor é uma bomba para aqueles que não sabem desarma-la? 
Hoje em dia nem os poetas sofrem de amor e nem os loucos se arriscam em se aventura pelo desconhecido amor..."  

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

As Duas Escuridões


As Duas Escuridões

"A vida é um longo (ou curto) inervalo
entre duas escuridões distintas...
A primeira - inconciente - é temporária.
A segunda - indesejada - jamais finda!...
Contracenamos no intermezzo de uma peça de dois atos:
Saimos da sombra terna do ventre maternal
para danças no balé confuso que no gand finale nos lança
nas trevas perenes do leito sepulcral!"

Oh Lemures quae in Noctem Eris


Oh Lemures quae in Noctem Eris

"Lemures folgam na escuridão valsando...
Ébrios de sangue e morte,
com liras e bandolins, pela negra noite
seguem histéricos... cantando!
Cantando canções obscuras,
de glórias e vitórias ha muito esquecidas...
E em seus louros já não se reflete a luz,
e suas grinaldas trazem flores sem perfume
- apodrecidas!
Oh fantasmas translucidos
de lúcidos sonhos da doce amarga desilusão
- Bacantes qu'alma de Túlio em sangue mancharam,
de veneno encheram meu coração"

A VIOLETA (Castro Alves)


A VIOLETA (Castro Alves)

"A rosa vermelha
Semelha
Beleza de moça vaidosa, indiscreta.
As rosas são virgens
Que em doudas vertigens
Palpitam,
Se agitam
E murcham das salas na febre inquieta.

Mas ai! Quem não sonha num trêmulo anseio
Prendê-las no seio
Saudoso o Poeta.

Camélias fulgentes,
Nitentes,
Bem como o alabastro de estátua quieta...
Primor... Sem aroma!

Partida redoma!
Tesouro
Sem ouro!
Que valem sorrisos em boca indiscreta?

Perdida! Não sonha num tremulo anseio
Prender-te no seio
Saudoso o Poeta

Bem longe da festa
Modesta
Prodígios de aroma guardando discreta
Existe da sombra,
Na lânguida alfombra,
Medrosa,
Mimosa,
Dos anjos errantes a flor predileta

Silêncio! Consintam que em trêmulo anseio
Prendendo-a no seio
Suspire o Poeta.

Ó Filha dos ermos
Sem temos!
Ó casta, suave, serena Violeta
Tu és entre as flores
A flor dos amores
Que em magos
Afagos
Acalma os martírios de uma alma inquieta.

Por isso é que sonha num trêmulo anseio,
Prender-te no seio
Saudoso o Poeta!..."

Prólogo – Com a morte, o começo!


Prólogo – Com a morte, o começo!


"Sim… Já não posso sonhar..." Sussurrou Rodolfo. Seus olhos castanhos, melancólicos, fitavam o nada ao redor de seu quarto escuro. Seu rosto pálido estava lavado em lágrimas. Todo seu corpo tiritava como se uma corrente elétrica suavemente o percorresse... Seu coração doía. Uma dor tão cruciante qual mil facas perfurando-o. E então, o tremer de seu corpo parou. Ele de súbito ergue-se dizendo "quando já não se pode mais sonhar, é sinal de que a existência já não mais faz sentido!". Pulou da cama, vestiu a camisa, passou a mão nos cachos de seus cabelos emaranhados e saiu correndo do quarto, de casa.
Seus pensamentos voavam. As pessoas o olhavam enquanto andava, viam-no sem entender o por quê de um rapaz tão doce estar transtornado daquela forma. Na verdade, Rodolfo mascarava todo o seu sofrer, era incapaz de externar aquilo que sentia aos demais. Chegando a um viaduto Rodolfo parou. Ali, no beiral olhou para baixo e viu o correr incessante dos automóveis. Respirou. Olhou para o firmamento e subiu no beiral. Ali estancou, qual lívida estátua de mármore, viu todas as suas lembranças passarem diante de si e então, lançou-se para a eternidade...