terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Prólogo – Com a morte, o começo!


Prólogo – Com a morte, o começo!


"Sim… Já não posso sonhar..." Sussurrou Rodolfo. Seus olhos castanhos, melancólicos, fitavam o nada ao redor de seu quarto escuro. Seu rosto pálido estava lavado em lágrimas. Todo seu corpo tiritava como se uma corrente elétrica suavemente o percorresse... Seu coração doía. Uma dor tão cruciante qual mil facas perfurando-o. E então, o tremer de seu corpo parou. Ele de súbito ergue-se dizendo "quando já não se pode mais sonhar, é sinal de que a existência já não mais faz sentido!". Pulou da cama, vestiu a camisa, passou a mão nos cachos de seus cabelos emaranhados e saiu correndo do quarto, de casa.
Seus pensamentos voavam. As pessoas o olhavam enquanto andava, viam-no sem entender o por quê de um rapaz tão doce estar transtornado daquela forma. Na verdade, Rodolfo mascarava todo o seu sofrer, era incapaz de externar aquilo que sentia aos demais. Chegando a um viaduto Rodolfo parou. Ali, no beiral olhou para baixo e viu o correr incessante dos automóveis. Respirou. Olhou para o firmamento e subiu no beiral. Ali estancou, qual lívida estátua de mármore, viu todas as suas lembranças passarem diante de si e então, lançou-se para a eternidade...

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