quarta-feira, 31 de outubro de 2012

No Vale...


No vale...

Eis que rodam meu pobre coração

assombrosas vozes que ribombam qual tormenta,
são as aves vindas dos pélagos da escuridão, e
que meu medo de perder-te as alimenta...
Fugi sonhando aos vales da morte,
lá tudo é frio e silencioso, lá tudo é sombra!
minh'alma estupefata diante da lúgubre corte,
pisa nos crânios que de lá são a alfombra.
Aqui o tempo passa lento, vagaroso...
No vale da morte sentei a lhe esperar,
nas sombras imagino teu vulto formoso,
cá nas sombras vivo eu a te amar!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

P’ra Ouvir o Vento – À doçura de meu mais meigo amigo Ramon Menezes


P’ra Ouvir o Vento – À doçura de meu mais meigo amigo Ramon Menezes

Vem qu'eu quero lhe abraçar,

p'ra juntos ouvirmos o vento soprar 
valsando com a chuva que cai lá fora.
Vem que de teu corpo quero sentir o calor 
e qu'em meus beijos quero cobrir-te de amor...
Vem amor, vem! – te peço –  oh amor não demora!

Não tarde em vir ouvir os ais de meus coração,

Meu peito ferve, minhas flores se desmancham de paixão –
Uma paixão que me tira toda noção do tempo!
Não tarde em buscar o calor de meus braços,
Qu’eu quero te enlaçar nos meus abraços
E juntos deitarmos p’ra ouvir o vento.

A Ultima Lua

Aquela lua cheia 
Brilha como se o mundo 
Fosse acabar como 
Se ela fosse a ultima lua cheia!

Seu brilho me enche de orgulho,

De paz e de esperança...
Apesar de Ser a ultima lua cheia da terra!

A ultima lua...

Cisma Alvares de Azevedo

"Fala-me, anjo de luz! És glorioso
A minha vista na janela à noite,
Como divino alado mensageiro 
Ao ebrioso olhar dos friascos olhos
Do homem que se ajoelha para vê-lo,
Quando resvala em preguiçosas
Nuvens ou navega no seio do ar da noite."
                                                     Romeu.

Ai! Quando de noite sozinha à janela,
Co'a face na mão te vejo ao luar,
Por que, suspirando, tu sonhas donzela?

A noite vai bela,
E a vista desmaia
Ao longe na praia no mar!

Por quem essa lagrima orvalha-te os dedos,

Como água da chuva cheiroso jasmim?
Na cisma que anjinho te conta segredos?

Que pálidos medos ?

Suave morena,
Acaso tem pena de min?

Donzela Sombria, na brisa não sentes
A dor que um suspiro em meus lábios tremeu?
E a noite, que inspira no seio dos entes

Os sonhos ardentes,

Não diz-te que a voz
Que fala-te a sós sou eu ?

Acorda! Não durmas da cisma no véu!

Amamos, vivemos, que amor é sonhar!
Um beijo, donzela! Não ouves? No céu!

A brisa gemeu...

As vagas murmura...
As folhas sussurram: Amar!

domingo, 28 de outubro de 2012

Dest'alma




Ó sombra gloriosa, aqueles que vão morrer Te saudão, banhados nas lágrimas Dos que vivos ficam e, por nossas perdas Se enlutam! 
…E o ar do peito me vai furtando Tão doce; turvam-me os olhos mareados, E um manto frio de névoas me encobre Como se mortalha fosse. Agora sim! Por completo o sangue gelou Nas veias; já é findo todo o meu tempo E da vida desgraçada, já se foram da ampulheta As areias… Não chore por favor, não chore! Lembrai apenas com alegria Dest’alma que agora morre!

Disse Ao Corvo





Disse ao corvo

Quando eu passo e vejo você dizendo nossas juras que você tinha jurado na noite em que fez o nosso fogo se queima para outro.

Sinto como se ainda tivesse com você
Mas percebi que não esta comigo.
Isso me faz ou fez enxergar e lembra de como o tempo com você era bom.

Devo espalhar aos corvos coisas que eu nunca disse a você.
Minha jura eterna
Minhas lagrimas de ódio de amor de alegria
Meus momentos felizes e tristes sem ou com você
O meu amor que te dei e agora dou
Aos corvos que passam na minha vida

E nessa estória de amor trágico
De um lado feliz e de um lado sofredor.
Eu cortarei os meus pulsos e pedirei
Aos corvos que volta e meia passa por min pra não te avisar sobre a minha mais trágica dor de perder um amor.