domingo, 24 de março de 2013

Os poemas jamais lidos… - Capitulo 1

Os poemas jamais lidos… - Capitulo 1

“Rodolfo… meu bem… está escrevendo aquelas bobagens de novo?” Indagou sua mãe entrando em seu quarto com olhar um tanto preocupado.
“Não são besteiras mãe. É poesia…” Respondeu Rodolfo olhando para a mãe e tornando a baixar a cabeça como que tentando esconder o que escrevia. Sua mãe o olhou balançando a cabeça e se aproximou dele dizendo “ora meu filho, veja como o dia está lindo lá fora. Não quer sair como qualquer pessoa normal faz?”
“Não!... digo… talvez. Não tenho com quem sair mãe…” Respondeu-lhe um tanto incomodado.
Sua mãe o observou por um tempo com olhar amargurado, mexeu em seus cabelos e saiu do quarto dizendo “está bem, e agora não se demore muito aí, o almoço logo sai.”

Rodolfo olhou para trás como que para verificar se a mãe já havia realmente saído – Ele bem sabia que sua mãe, dona Mariana por vezes, costumava ficar silenciosamente na entrada de seu quarto para espiar o que ele fazia. – como teve certeza que ela já havia ido, voltou o olhar para seus escritos, seu olhar melancólico tornou-se sério por um momento depois convertendo-se num olhar terno. “como pode ser bobagem algo que vem do fundo da nossa alma?” refletiu consigo mesmo o garoto.
Na escrivaninha bastante velha onde se debruçava para se dedicar a leitura e seus escritos, havia uma amalgama de papéis, livros e canetas. Uma verdadeira orgia literária em escala diminuta. Na página de seu caderninho revisava os versos que acabara de escrever:

“Eram como mil pirilampos, cintilando no negrume da noite
as estrelas que sorriam da abóboda da eternidade;
sob o perfume de mil flores, lá no jardim dos amores
deitado nas verdes ramas, eu contemplava o céu, a imensidade!”

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