sábado, 15 de dezembro de 2012

O Vivo-morto


O Vivo-morto

Por que não me deixam morrer em paz?!
A vida de minhas veias há muito secou;
A luz de meus olhos também se apagou.
Sou o cadáver que de pé ainda não jaz!...

Ouço as vozes da morte me chamando –
“às trevas! Às trevas! Sem demora,
Oh! Tétrica alma que sofre… que chora.”
- Há muito pela morte vivo esperando.

Para uns sou o noctivago… lívido insone,
A outros sou o sem razão – o louco!
Mas no fundo sabem – não sou nem um nem outro –
Sou a alma que em vida a morte consome!...

Pois os vermes d’angustia devoram meu interior.
- Ah! tudo é cinza, sem luz… tudo é vazio! –
Minh’alma jaz neste mundo vil – tão frio… -
Sou a pálida estátua destacada no cenário de horror!

Horror! Horror, é viver sem assim o ser!...
É esta vida tão hórrida e tediosa,
Sem as cores da inocência saudosa,
- onde se é obrigado a ser feliz sem nem poder morrer!

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