sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

As Lembranças e o Suicídio


As Lembranças e o Suicídio

Oh! Saudosa lembrança da feérea atmosfera,
Que tão docemente nos envolvia
Naquela eterna primavera –
Quando de nós a felicidade ainda não fugia,
E nossos corações inda juntos podiam bater...

Agora tudo não passa de vapores na lembrança,
E nossos corações partidos já não batem mais!
Tudo é treva!... está morta a esperança!...
Morreu também a felicidade... tudo na treva jaz!
E o passado faz do presente um eterno não-viver...

Se já nada resta, por que assim continuar?
Por que viver morto neste mundo sem cor nem luz?
- O que fazer? – ao beijo da morte me entregar!
Sim, à morte! A doce morte que aos poetas seduz...
Oh morte! Minh’alma o teu seio deseja.

E n’obumbrada alcova o silêncio paira...
Penso eu – logo virá o momento esperado –
Olhando para os pulsos cortados por uma navalha,
Entregue a morte... lívido... resignado.
E o silêncio só é rompido pelo sangue que goteja...
Tudo é treva!...

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